Entrevista Correio dos Açores: AcoresPRO quer expandir negócio e alcançar novos mercados
Leia aqui a entrevista na íntegra, dada por Filipe Raposo, ao jornal Correio dos Açores, sobre como nasceu a AcoresPRO, qual é a nossa missão, o que fazemos pelos nossos clientes e a nossa visão sobre o mercado online, durante a pandemia.
Empresa fundada em 2008 numa garagem por dois jovens
AcoresPRO quer expandir negócio e alcançar novos mercados
Depois dos tempos difíceis de início do negócio que arrancou numa garagem em 2008, Filipe Raposo e o sócio Marco Ferreira, conseguiram expandir o negócio e passados 12 anos possuem duas empresas bem estabelecidas. A AcoresPRO, gerida por Filipe Raposo, tem no marketing digital a sua grande aposta. Para além disso, desenvolvem plataformas personalizadas, criam websites e aplicações para telemóveis, entre outras. Nesta entrevista fomos perceber como funciona a empresa, como estão a ser vividos estes tempos e quais as suas perspetivas de futuro.
Comecemos pelo início da história, quando surgiu a AcoresPRO?
Começamos em 2008 na garagem dos meus pais que devia ter aí uns 3 metros por 6. Um espaço pequeno mas foi a forma que arranjamos para começar porque enfim, os meus pais não são ricos, o meu colega estava desempregado na altura e eu estava a acabar o meu curso. Não havia dinheiro, créditos, pais ricos, não havia nada (risos). Tivemos quase dois anos ali sem receber ordenados. O que ganhávamos era para investir em computadores, em software e material e foi assim que conseguimos ter alguma coisa. Depois disso conseguimos contratar pessoas. Começou com muito ‘punho’ e sacrifício.
Foram primeiros tempos difíceis?
Começamos este projeto e os estudos ficaram um pouco em standby porque realmente é difícil uma pessoa dedicar-se ao negócio e, para fazer com que funcione, tem que existir uma dedicação completa. Se um empresário quer um negócio não pode por exemplo começar às 9h e acabar às 17h ou 18h. Não funciona assim porque os negócios requerem criatividade para dar a volta aos problemas que muitas vezes não conhecemos e que temos de resolver. Coisas que nunca fizemos mas que temos de aprender e resolver. Isso é um pouco a vida de um empresário. Começamos, eu e o Marco Ferreira, somos sócios a meias, só com a AcoresPRO que era basicamente fazer websites de um lado da garagem e do outro lado reparávamos computadores e dávamos assistência informática. Aí há 4 anos achamos por bem separar as empresas. Temos a AcoresPRO que se foca na parte do marketing digital e temos a PCBEM que se foca na parte de venda de material informático.
Lembra-se do primeiro site que criaram?
Se não estou em erro, penso que foi para uma empresa de mergulho submarino recreativo. Era completamente diferente do que é hoje porque os primeiros anos foram muito difíceis. Não tínhamos nada e íamos literalmente bater à porta dos clientes apresentarmo-nos com apenas 2 ou 3 sites no portefólio. Ninguém nos conhecia e foi muito duro. Sujeitávamo-nos a quase tudo o que o cliente pedia e sem garantias.
Qual é exatamente a área de negócio da AcoresPRO?
Focamo-nos na parte do marketing digital que não deixa de ser marketing mas direcionado para o online, para a internet. Por exemplo podemos fazer um website e potenciá-lo para que o cliente tenha maior retorno possível do seu investimento. Definimos uma estratégia para as redes sociais e que tipo de conteúdo o cliente deve publicar, quando deve publicar e com que frequência. É mais do que isso, mas é sempre direcionado para o online e há volta disso existem inúmeros serviços. Como temos uma equipa grande, temos 16 pessoas na empresa, é tudo feito internamente: Design, programação, redes sociais, criação de logotipos, aplicações móveis, entre outras coisas.
Que tipo de clientes vocês têm em carteira? De que sectores?
Os nossos clientes são maioritariamente dos Açores. Temos alguns clientes no Continente e noutros locais mas muito pontuais. São principalmente pequenas e médias empresas de todos os ramos. Como é óbvio tivemos muito trabalho na área do turismo; rent a cars, passeios turísticos, marítimo turísticas, alojamentos locais, hotelaria e restauração. Também temos muito na área dos serviços, de empresas para empresas. Não posso dizer que a maioria é na área de turismo, temos uma carteira de clientes muito diversificada.
Principalmente para a construção de sites?
50% do trabalho que fazemos é websites. Mas também temos uma parte grande de trabalho aqui, que não é tão pública, que se prende com o desenvolvimento de plataformas à medida, ou seja, sistemas de informação à medida dos nossos clientes. Imagine um programa que funciona sobre a Internet e onde estão alojados por exemplo as datas de entrega, orçamento, objetivos da empresa, gestão de férias do pessoal, faltas, faturação, etc. Cada plataforma destas é feita à medida e especificamente para cada cliente. É algo que é cada vez mais pedido. Conseguimos interligar tudo dentro da empresa.
É uma forma de agilizar a própria gestão das empresas.
Exatamente. Isto representa cerca de 20 a 25% do negócio.
E para além disso, que outras coisas fazem?
Temos o design gráfico, logótipos, criação de campanhas publicitárias, de fotografias, de vídeo. Tentamos ser a empresa de referência no marketing digital.
As redes sociais hoje em dia são fundamentais?
São um motor muito grande de tráfego sites? para os sites e para criação de notoriedade da empresa, para aumentar a reputação das empresas, para a aproximação dos clientes e receber feedback dos clientes. As redes sociais são um meio no marketing muito importante e tem de ser bem explorado. Há muitas empresas que pensam que basta ter uma página do Facebook e publicar uma promoção ou outra, mas não é apenas isso. Os clientes também não querem só isso. É preciso publicar coisas que interessem e que sejam importantes para o cliente. Uma coisa que falha muito no nosso mercado e nas redes sociais tem a ver com o facto de as pessoas não apostarem em anúncios, em publicidade paga. Infelizmente cada vez mais as publicações que se fazem nas paginas das redes sociais chegam a menos pessoas. É a estratégia do Facebook, é mesmo assim. Quem tem mais alcance é quem paga para os seus anúncios chegarem a mais pessoas.
Nos últimos tempos tem sentido um aumento de procura na área do marketing digital?
Sim. Os nossos clientes estão a investir mais nessa área, temos notado isso. Antes o cliente fazia só um serviço ou outro e agora nota-se que o cliente está mais preparado para investir nestas áreas. Porque realmente vê o retorno e consegue medir as coisas. A grande diferença é essa. O offline também é importante mas, no online, consegue-se gerir e medir.
Vocês trabalham também com o offline?
Claro. Criamos o que chamamos plano de comunicação em que olhamos para a empresa e vemos quais são os objetivos de marketing e onde o cliente quer chegar e definimos o que faz sentido para o cliente. Depois definimos o tipo de jornal, de rádio, de conteúdo, etc. Cada ponto tem de ser estudado e bem definido à partida para as coisas funcionarem.
No fundo, funcionam como gestores de imagem de uma empresa?
Sim, podemos ser os gestores de imagem de uma empresa.
A maior parte dos vossos clientes são PME (Pequenas e Médias Empresas). Com a pandemia e com os apoios direcionados para estas empresas tem existido maior procura?
No início, em Março e Abril, tivemos 2 ou 3 meses em que os clientes suspenderem alguns trabalhos. Tivemos de suspender um pouco a nossa atividade e tivemos algumas pessoas em layoff porque não sabíamos o que iria acontecer. Nessa altura tentei dar a volta e reforçamos mais a nossa área de publicidade. Investimos mais e pusemos mais duas pessoas na área de vendas e marketing. Fomos um pouco contra a maré. As coisas vão baixar mas vamos fazer um esforço maior para irmos para cima. Mas a verdade é que tivemos muitos clientes que quiseram fazer as lojas online, integrações dessas lojas online com programas de faturação. Houve realmente um aumento.
Houve uma maior aposta das empresas no online?
Sim. Estivemos mais parados naqueles primeiros meses mas depois tivemos muito mais trabalho. Cerca de 40% dessas empresas aproveitaram os apoios do Governo para algumas ajudas.
A pandemia não foi para vocês tão penalizadora como para outros tipos de empresas?
Não foi e não nos podemos queixar porque felizmente tivemos trabalho. Mas por causa da pandemia deixe-me dizer-lhe que tivemos aqui 2 ou 3 iniciativas para ajudar as empresas e que ainda decorrem. Desenvolvemos uma plataforma que é uma ementa digital para os restaurantes e para os bares onde os clientes podem ver as ementas através de um telemóvel ou de um tablet. Oferecemos este serviço aos clientes durante 1 ano. Fizemos isto para ajudar a área da restauração e ainda está em funcionamento. Outra coisa que fazemos atualmente são os diagnósticos grátis ao marketing digital das empresas. Se um cliente vier falar connosco e estiver interesse em saber o que pode melhorar, fazemos uma análise e não cobramos nada, sem compromisso. Lembramo-nos também de criar dicas para os nossos clientes: como potenciar uma loja online, como vender mais nessa loja, 10 dicas para promover o site na internet, entre outras. Temos estas 3 medidas para alavancar as nossas empresas e os nossos clientes.
Relativamente às empresas ligadas ao turismo, esse sector foi um dos que mais caiu na vossa carteira de clientes?
A área do turismo quebrou muito. Principalmente na área dos alojamentos e hotelaria baixou muito.
Quais são as vossas grandes dificuldades neste momento?
Temos tido algumas dificuldades acrescidas nas cobranças de clientes. Tem havido alguns atrasos nos recebimentos e esta área, infelizmente, é vista para muitos clientes como secundária. A nossa primeira abordagem com um cliente novo é sempre muito difícil. Temos de ensinar, sensibilizar, mostrar resultados e portefólio. Temos isso tudo e somos uma empresa já com muitos anos no mercado, mas mesmo assim existem clientes que não conhecem a área, que tem dúvidas e receios. Há muitos pontos interrogação, objeções e mitos à volta da nossa área.
Há muita concorrência no vosso sector aqui nos Açores? Existem muitas empresas?
Sim, existem muitas empresas e ainda muitos freelancers. Cada um tem os seus clientes e o seu mercado.
Há excesso de oferta nesta área na região?
Não lhe sei responder a isso. A concorrência é saudável e é sempre boa quando é legal. Quando são pessoas, freelancers, que fazem em casa e não tem os nossos custos e fazem os serviços a metade dos preços dos nossos, aí torna-se complicado concorrer. Já estamos aqui há 10 anos e se amanhã eu não puder vir trabalhar, tenho uma pessoa para me substituir e o cliente nunca vai ficar de ‘mãos atadas’.
Têm algum receio pelo futuro nesta época de pandemia?
Sim, porque até agora temos muitos clientes que tem funcionários em layoff ou que tem as moratórias dos créditos, tem apoios à retoma da atividade, etc, mas não sei, a partir de Janeiro e Fevereiro, se as coisas voltarão à normalidade. Mas vejo muitos dos nossos clientes a investirem o seu tempo e o seu dinheiro e a tentarem dar a volta. Vejo muito sacrifício e esforço dos nossos clientes. A quererem dar a volta e não tenho visto empresários de braços cruzados. Isso inspira confiança. Mas para ser sincero estou aqui num misto de emoções.
Qual é o seu grande sonho e objetivo para esta empresa?
Considero que já somos uma empresa de referência na área do marketing digital mas gostava que a empresa fosse ainda maior, com mais pessoas e com uma equipa maior. Gostava de ter um espaço mais amplo e com outros serviços. Não gosto de estar parado e gosto de fazer crescer os negócios.
E ter clientes de fora dos Açores?
Também temos essa ambição de expandir os nossos serviços para as outras ilhas e para o continente. Para a equipa que temos hoje em dia temos tido bastante trabalho e as coisas tem andado bem.
Luís Lobão
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